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O Futebol que se aprende e o Futebol que se ensina -  Dr. Alcides Scaglia 

 

 

Maioria dos jogadores e profissionais do futebol ainda pensa que o esporte depende unicamente de um dom.

 

Corro o risco de errar por pouco, mas tenho uma hipótese de que a cada dez brasileiros apaixonados por futebol, nove acreditam que jogar bem é um dom, um talento nato. No próprio meio futebolístico, os jogadores reforçam o coro dos inatistas.

 

Lembro-me de uma de minhas pesquisas científicas sobre pedagogia do futebol. Investiguei como nossos ex-jogadores (profissionais de destaque) no passado aprendiam a jogar futebol, para depois comparar a como esses mesmos ex-jogadores aprenderam na infância e como ensinavam seus alunos a jogar nas escolinhas, já que todos eram proprietários/professores e ministravam aulas para crianças no processo de iniciação. 

 

O resultado foi interessante. Todos os ex-jogadores entrevistados de início eram instigados a contar suas respectivas infâncias.

 

Com um sorriso no rosto, contavam-me suas travessuras impregnadas pelo lúdico (entendido como liberdade de expressão), repletas de jogos dos mais variados. Logicamente, as brincadeiras pertencentes ao universo dos jogos de bola com os pés ganhavam um destaque especial.

 

Recordo-me da narração de um dos entrevistados que descrevia como a brincadeira de rebatida lhe permitia desenvolver suas habilidades de chutar. Ou mesmo outro que dizia ter aprimorado sua velocidade e ginga brincando de pique-salva (uma variação de pega-pega).

 

Contudo, ao aprofundar a entrevista, perguntando como eles então aprenderam a jogar bem futebol, em nenhum momento foram realçadas as brincadeiras de bola com os pés como fatores decisivos ao aprendizado e aperfeiçoamento do futebol.

 

Paradoxalmente, alguns chegaram a responder textualmente que futebol não se ensina; outros disseram que o máximo que dá para ensinar é a malícia do jogo. Logo, todos atribuíam aos genes ou a Deus o fato pelo qual jogavam bem futebol, até aqueles que encontravam qualidades pedagógicas na rebatida e no pique-salva.

 

Mas o problema continuou, ou até mesmo piorou, pois quando, depois de terminar a entrevista sobre seu aprendizado (ou seja, sua infância com a bola nos pés), iniciei perguntas correlatas sobre como eles ensinavam hoje os alunos a jogar futebol.

 

Todas as respostas, sem exceção, desconsideravam a complexidade de suas respectivas infâncias com seus jogos fantásticos. Agora, até com uma cara mais fechada, séria, sisuda, os ex-jogadores responderam que se pautavam em sua larga experiência como profissionais de futebol.

 

Os treinos tecnicistas realizados na fase adulta, num regime profissional, eram miniaturizados para atender à demanda de alunos que, espelhados na glória alcançada por esses ex-jogadores (hoje professores das escolinhas), corriam a se matricular para realizar o mesmo sonho.

 

Por fim, foi possível constatar na conclusão do trabalho o quanto temas sobre inato e adquirido devem ser recorrentes e, ao mesmo tempo, estudados por profissionais que atuam no esporte como um todo.

 

Mesmo depois de destacar qualidades no jogo para o aprendizado, a idéia mitificada e banalizada em nossa sociedade venceu. Jogador não se forma, nasce determinado. Não existe uma correlação entre o futebol (o modo) que se aprende e o futebol que se ensina.

 

Em contrapartida, pelas entrelinhas do discurso, pode-se reafirmar a tese de que o estilo do futebol brasileiro advém da rua. De uma pedagogia da rua, como diz e escreve o professor João Batista Freire. Portanto, as bases de sustentação para a metodologia pautada no jogo estão fixadas.

 

Cabe aos clubes exigir um profissional com este perfil, e aos cursos de educação física a competência para formar profissionais com diferenciais competitivos para o século XXI.

 

Dr. Alcides Scaglia 

Docente do curso de “Futebol e Futsal: As Ciências do Esporte e a Metodologia do Treinamento”, que inicia em 09 de abril.

 

 

Data da noticia 08/04/2011

Depto. Comunicação

   
 
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